29/06/2007

Questionamento#4

Percebo pouco de economia. Mas gostava de entender alguns fenómenos económicos. Perceber, por exemplo, porque é que a procura não força os preços a descer. Na prática isto traduz-se na dúvida de porque é que as pessoas compram no Colombo uma peça de roupa de uma dada marca por 100 euros quando a podiam comprar no Freeport por 50. Contudo, as lojas do primeiro florescem e o segundo definha. Ou porque se compra uma t-shirt original por 50 euros quando ali na Feira de Azeitão há igual a 5 (lamento, mas a origem é a mesma, só muda quem lucra e isso a mim não me interessa patavina).
Mas é possível. Lembro-me de depois dos Jogos Olímpicos de Barcelona, toda a zona de Port Nou, assim uma espécie de Docas, ter os restaurantes, bares, discotecas, às moscas porque praticavam os preços... das Docas. Ante a perspectiva da falência, uma sinergetica baixa de preços encheu o espaço de gente a todas as horas do dia e da semana.
Do ponto de vista de quem não percebe nada de economia só encontro duas explicações. Ou há uma elite suficientemente grande que tem poder de compra para alimentar todos esses colombos, o que me deixa feliz por eles mas preocupado com o estúpido rumo que isto leva, ou então somos nós que somos totós, o que me deixa muito mais descansado.

Questionamento#3

Se o governo do meu país quiser manter uma “golden share” duma dada empresa de forma a assegurar que eu não pago um dado bem vital, energia, electricidade, não pode. Temos que ser iguais aos outros mesmo não sendo, porque não pode haver privilegio, mesmo que justos. Aparentemente não é justo.
Mas pela mesma ordem de ideias, nenhum dos "outros" deveria poder ter mais regalias do que nós, por exemplo em termos de melhores planos de protecção ao desemprego.
Mas pergunto, conhecem alguma empresa de pagamento de subsídios de desemprego?

Opinião #27

Ainda que a questão, absurda, seja se uma criança adoptada por uma casal homossexual tem mais possibilidades de vir a ter a mesma orientação sexual, seja qual for o cenário, comparando um lar com dois adultos a um orfanato, não vejo que mente empedernida pode considerar melhor o segundo.

Opinião #26

Queixa comum e justa na comunidade gay o facto de a comunicação social cobrir uma manifestação de reivindicação de direitos focando sempre e apenas a parte folclórica da auto-denominada Marcha do Orgulho Gay, nunca mostrando a parte conceptual da mesma.
A comunicação social trata o assunto como um carnaval. E as imagens do carnaval incidem sobre os cantores, letristas ou mesmo a parte instrumental ou sobre as meninas despidas?
Desculpem a sinceridade mas se querem que a sociedade actual vos aceite com iguais, têm que aceitar também as regras idiotas e mostrarem-se como iguais.

26/06/2007

Opinião #25

Dizem que temos maus políticos mas ao ouvir as entrevistas aos candidatos à Câmara Municipal de Lisboa fico com vontade de votar em todos.
Mais, fico convencido que se puséssemos todos no 1,2,3 e os juntasse-mos num só, Lisboa tornar-se-ia no paraíso na terra. Eu voltava a mudar de Azeitão para Lisboa.
Mas como já senti o mesmo em todas as entrevistas de todas as pretéritas eleições e contínuo feliz por não viver em Lisboa, só posso concluir que eles são excelentes políticos mas infelizmente péssimos trabalhadores.
Por mim, elegia-se um político para que este depois nomeasse um gestor. O Presidente da Câmara funcionava assim como uma espécie de Presidente do Concelho de Administração, é o mais importante mas não faz quase nada e o Gestor seria como um C.E.O., fala pouco mas manda do tudo e faz fazer, mesmo.



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Biblioteca da Cantuária

Opinião #24

As salas de chuto são uma coisa aberrante. Claro que são. Tanto como o motivo que as leva a existir. Mas recusa-las não será recusar combater, ignorar o problema?
Não gostamos do que percepcionamos como aberrante, porque nos causa mau estar, pessoal, social, moral. Perturba-nos o nosso autismo ou egoísmo, depende do grau de gravidade.
Porque é óbvio que qualquer pessoa no seu perfeito juízo é ou deveria ser contra as salas de chuto... desde que elas não fossem necessárias. Infelizmente talvez sejam. Para mim a diferença reside aí.

Emoção #1

Às vezes há coisas que me provocam um arrepio na espinha e me molham os olhos. Que os Rolling Stones venham a Portugal não me aquece nem me arrefece. Não tenho dinheiro sequer para me dar ao luxo de incluir isso nos meus pensamentos. Mas saber que a Ana Moura subiu ao palco para cantar fado a convite da eventualmente maior banda rock do mundo, isso já mexe comigo. E nem ligo patavina a patriotismos, não possuo esse sentimento de forma acentuada. Mas às vezes... e por ser fado, e por ser a Ana Moura.

25/06/2007

Questionamento#2

Não sei se me sinta machamente diminuído por não conseguir ver, sentir ponta de sensualidade num espectáculo como o crazy horse mas confesso que não entendo o que leva alguém a pagar para ver aquilo. A música é má, a dança foleira, as gajas são todas iguais.
Muito mais fascinante ficar uma hora a contemplar o decote da minha mulher.

Opinião #23

De uma coisa eu tenho certeza, mesmo sem ser engenheiro (isto não é uma piada, o belogue das piadolas é este), o perigo da localização da Portela é um mito.
Creio ter lido sobre todos os acidentes aéreos acontecidos até hoje e nenhum, a acontecer em Lisboa, resultaria na queda de uma aeronave sobre os prédios da cidade. Isto não se aplica à Portela propriamente dita, Camarate, como já se viu, mas as Otas e Alcochetes também têm casas (vá lá, Alcochete será mais tendas).
Outro mito é que a Portela esgota e não permite alargamento. É um mito que cai como um figo maduro.

Pensamento #20; Opinião #22

Se consigo aceitar e no mínimo aceitar compreender que não compreendo a homossexualidade, já o Orgulho Gay parece-me totalmente desprovido de lógica. Porque eu não tenho particular orgulho em não ser gay, tal como o não tenho por gostar de mulheres. É como eu sou. É uma coisa natural. Não vejo motivo para termos qualquer espécie de orgulho pelas nossas preferências sexuais.

Pensamento #19

Definitivamente sofro mais com o frio do que com o calor. É que o calor é uma inevitabilidade, chega uma altura em que não há mais nada para tirar, resta a conformação. Já com o frio, não há nada mais angustiante do que senti-lo e não ter nada quentinho à mão para vestir. E isso já é azar. O frio tem remédio, o calor não. Remediado está.

Opinião #21

Cavaco Silva é o melhor presidente que já presidênciou, ou seja, para si mesmo aquilo é melhor do que foi para os outros. Talvez excepto o mandato dos passeios do soares que andar de tartaruga gigante não é para todos. Mas dum ponto de vista político, saiu-lhe melhor que a encomenda.
Tem o primeiro-ministro que ele hoje seria se o fosse e ainda consegue, não tendo supostamente poderes, dizer calmamente "Ota" para aparecerem estudos das cartolas e "aberturas", e diálogo, e lá leva a água ao seu moinho. Quando quer mesmo. E o truque é a simples mas genial gestão dos silêncios, mais que das palavras.
No livro "base" do Budismo, Tao Te King, uma passagem diz "o sábio não é aquele que sabe falar. O sábio é aquele que permanece calado". Cavaco leu e percebeu.

Fascinação #1

Para que a água da piscina esteja bebível basta que lhe mantenha os níveis de cloro e o pH dentro dos parâmetros recomendados, que lhe acrescente uma pastilha de 200gr (para meros 25m3) e que a faça filtrar por areia de sílica.
Tu queres ver que ainda vou ter que passar a gastar dinheiro com água mineral?
E essa é mesmo directa da nascente? Sem truques?

Opinião #20

Depois queixam-se que as pessoas vão para os centros comerciais
"Não saia de casa sem chapéu, beba água, roupa fresca, protetor solar, óculos escuros com protecção contra raios ultra-violeta – parece que estamos sob ataque de extra terrestres! - não apanhe sol entre as coiso e as coiso".
Tá bem, as doenças e tal, eu percebo, mas era uma questão de não exagerarem. É que assim é um stress.

Opinião #19

É incrível como sendo um país turístico nunca aprendemos a explorar o negócio dos "recuerdos".
Londres, um mundo de imaginação. Paris, mais piroso mas oferta há, Madrid, um paraíso, sobretudo em quantidade (ou não tivessem dado o nome ao conceito), Amsterdão, uma festa de cor e originalidade. Portugal? Torres de Belém, Nossas Senhoras em prata, conchas e acrílico com ou sem iluminação e deprimentes t-shirts Allgarv(ias).

Pensamento #18

Sou só eu ou a cançoneta "os homens gostam de Abandeirado porque as mulheres vestem Abandeirado" de um antigo anúncio para sempre impediu que eu sequer pensasse em vestir algo Abandeirado.
Não sei, não consigo pensar na marca sem uma sensação de cross-dressing.
Prefiro aqueles molhos de 6 a 5 euros cá na Feira de Azeitão
(1o domingo de cada mês, vale a pena, ainda é à antiga, gado e cavalos; passarada e galináceos; flores, árvores e plantas; queijos, enchidos e fruta; claro que também tem a parte "moderna" - se eu escrevesse ciganos lá vinham os comentários - mas das que conheço e a única que ainda vale a pena)

20/06/2007

Opinião #18

A nova música do Jorge Palma (Encosta-te a mim) soa a Delfins por todo o lado. Mas é genial. Porque é Jorge Palma. Se fosse exactamente a mesma música, mas mesmo dos Delfins, era uma coisa horrível.
Dialectos de Ternura dos Da Weasel é pimba, pimba, pimba, mas é genial, porque é Da Weasel.
Custa tanto ser culto neste país!

13/06/2007

Pensamento #17

Quando vejo como, com meia dúzia de químicos, a água verde e cheia de bichos da piscina se transforma em água cristalina própria para banho e inócua na ingestão, sinto uma certa intranquilidade cada vez que abro a torneira.

Opinião #17

Se é verdade que enquanto os funcionários públicos não ultrapassarem o síndrome do "bode expiatório", também é verdade que a sociedade não pública os vê como verdadeiros e meros bodes respiratórios, com todas as injustiças que isso acarreta. Mas é fruto da experiência e a experiência diz que a "máquina" gasta muito e funciona muito mal.

11/06/2007

Questionamento#1

Eu gosto da escrita de certos belogues de humor, mas por vezes os textos são tão grandes que eu, por não gostar de ler no ecran, por falta de tempo, por... acabo por não ler. O tipo de texto do meu blog é o oposto. Uma, duas linhas. Teoricamente, e tentando afastar-me do facto de eu ser autor do segundo, penso que o meu seria mais atractivo. Não o é.

Por uma questão de piada, “esses” têm realmente mais piada para o leitor?
Pelo tipo de humor, cujo meu terá menos adeptos?
Porque eles, autores, já têm uma certa visibilidade pública que eu não?

Eu honestamente sou incapaz de sentir ciúme do sucesso de a quem reconheço valor. Não só porque de alguma forma têm que surgir os talentos que depois nos divertem em tv's, rádios, escrita, como é algo que só poderia pensar se me considerasse o melhor, o que seria muito grave para o humor mundial. Eu que venho da 2ª divisão, não quero ir logo à taça Uefa, contento-me em não descer de divisão.

Mas questionar(-me) é legítimo, como em todo o artista. E aqui não há nenhuma imodéstia, pobre de quem não considerar o humor uma arte.

Dupla personalidade #1

Vê lá não sejas bruto com a senhora que temos quase a certeza de que matou a filha de forma particularmente cruel e se não apertarmos um pouco com ela não podemos ter a certeza. Mas se ela for inocente é uma injustiça. Mas se ela for culpada não há outra forma de encontrar sequer o cadáver. Mas se ela for inocente já está a sofrer, o que acresce à violência psicológica. E quer seja inocente ou culpada, eu lixo-me, o que quer dizer que serei punido por ter descoberto a verdade. Mas a minha função é descobrir a verdade.
Toma! Desculpe... Fala! Perdão... Confessa! Não doeu, não?

07/06/2007

Pensamento #16

Curioso mundo em que se encontra um Sadam num buraco no chão para enforcar
e não se consegue encontrar uma criança, para salvar.

04/06/2007

Pensamento #15

O tribunal da justiça do povo, que não é a judicial, são exclusivamente os media (com ou sem culpa própria).
A única coisa que vai mudar na vida de certos "culpados" (o serial killer de Sta. Comba Dão que agora é de novo notícia, Carlos Cruz...) é, no final, ir ou não para um Estabelecimento Prisional. No resto, serão sempre culpados e condenados.
Preocupa e faz-me pensar o suficiente para ter escrito este texto.



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Biblioteca da Cantuária

Divagação #5

Se daqui a um, dois, dez anos a Madeleine ainda não tiver aparecido, tenho quase a certeza de que, aparte os próprios, família e amigos, apenas a polícia, possivelmente a PJ continuará a tentar encontrar.

Pensamento #14

Nós portugueses temos a mania que somos ases do volante, contudo, bastam três carros encontrarem-se num estreitamento para duas faixas de rodagem e temos engarrafamento garantido.

Pensamento #13

Já se vê disto por cá mas eu, sinceramente, prefiro sem bem intoxicado e contaminado do que andar na rua com uma daquelas máscaras brancas.

Opinião #16

Agora os grelhados também fazem mal.
Não estarão a exagerar?
Já pensaram que não comer também não faz lá muito bem?

Opinião #15

Bronzeado por compressão, solários, cremes auto-bronzeadores. É estúpido.
Ficar bronzeado é uma consequência, não um objectivo.
O objectivo é apanhar sol.
Andamos um pouco confusos.

Pensamento #12

Se a imaginação erótica for fruto de vivências de encarnações anteriores então eu já fui muito feliz.

Divagação #4

Manhã de domingo.
Espreguiçadeira.
Calças de pijama. Só.
Na relva joga-se badmington.
No cd Zeca Baleiro canta-me ironicamente "Lenha".
Parece felicidade.

02/06/2007

Divagação #3

Há quem seja tão hipócrita que toma por bajulação qualquer sincero elogio.

Opinião #14

Por muito que me esforce, nunca consigo encontrar diferenças substanciais, em termos melódicos e conteúdo de letras, entre Simon e Garfunkle e alguma música dita "pimba" nacional.
Mas eu sou esquisito porque também sempre achei os Beatles banais a cair pró pimba. Sei que “oficialmente” é proibido dizer isto, mas este paço é para as minhas sinceridades.

01/06/2007

Pensamento #11

A melhor prenda que poderíamos dar às crianças no dia da criança era muda-lo para o primeiro Sábado de Junho.

Se é para ter algum significado, eles na escola, nós a trabalhar não me parece a melhor opção. A prenda que eu queria dar e receber hoje era poder passar o dia inteiro com os meus filhos.

Não deixo de lhes dar uma prenda, mal por mal é uma boa forma de disciplinar o consumismo, haver estes "marcos", mas não consigo deixar de sentir que de certa forma dou, não uma prenda mas um pedido de desculpas por hoje passarmos o dia separados.

Claro que posso compensar amanhã, e domingo, mas já não é dia da criança. Já não é mágico para eles. Devia ser.

E nós adultos somos muito egoístas, porque no dia do trabalhador não trabalhamos...